O especialista em tecnologia e assessor pedagógico da plataforma Amplia, Jonas Moraes Sousa, explica como esse algoritmo utilizado pelo Enem influencia na nota final da prova
A Teoria da Resposta ao Item (TRI) é um modelo estatístico utilizado para analisar os resultados de testes que avaliam habilidades ou competências e é a metodologia de avaliação da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Inserido em 2009 e diferente do modelo clássico de avaliação, o TRI leva em consideração três parâmetros: discriminação, dificuldade e acerto casual (popularmente conhecido como “chute”) de cada questão.
Segundo o especialista em tecnologia e assessor pedagógico da plataforma Amplia, Jonas Moraes Sousa, em linhas gerais, o algoritmo utilizado na correção analisa o padrão de acertos e erros do candidato e consegue determinar se a ação ocorreu por real conhecimento do conteúdo ou por “chute”. Esse é o motivo pelo qual no Enem as questões não possuem o mesmo peso.
Isso quer dizer que duas pessoas com o mesmo número de acertos podem ter notas diferentes. Desta forma, o modelo TRI não avalia apenas quantas questões o candidato acertou, mas atribui uma pontuação maior para as questões que possuem um grau de dificuldade mais elevado. Se o candidato acerta mais questões difíceis do que fáceis, isso pode ser um indicativo de inconsistência, mas o impacto desse comportamento depende de outros fatores, como o parâmetro de discriminação da questão. Sousa explica que esse formato ajuda a minimizar o impacto dos ‘chutes’ na nota final. A TRI não penaliza as respostas erradas diretamente, ou seja, não subtrai os pontos por erro do candidato. Porém, há um ajuste indireto baseado no padrão de respostas.
De acordo com o especialista, a recomendação aos estudantes é se preparar e apurar o olhar diante das diversas perguntas presentes na prova, estudando o formato das questões. Isso pode ser feito por meio da resolução de provas anteriores, o que permite se familiarizar com o estilo e a estrutura das perguntas, além de ajudar a identificar padrões e temas recorrentes. Outra abordagem eficiente é realizar simulados com cronômetro, o que contribui para aprimorar o gerenciamento do tempo durante a prova.
Por fim, para ajudar os estudantes na resolução da prova do Enem, Jonas traz dicas de como maximizar o desempenho. Confira:
- Comece pelas questões mais fáceis: É importante que o candidato se atente à qualidade das suas respostas. O candidato pode iniciar pelas questões que se sente mais confortável e confiante, pois isso ajuda a garantir acertos que podem construir uma boa base para a sua nota.
- Analise cada pergunta e suas alternativas com atenção: Vale ler as questões cuidadosamente e analisar todas as alternativas antes de escolher a resposta. Muitas vezes, a resposta correta pode estar implícita nas informações fornecidas no enunciado.
- Responda todas as questões: Outra dica essencial é não deixar respostas em branco. Mesmo que o candidato precise chutar, receber uma pontuação menor devido à identificação do chute pelo algoritmo é sempre melhor do que não responder, já que, ao deixar em branco, ele não receberá nem uma fração de ponto.
- Questões mais longas, geralmente são mais difíceis: O nível de dificuldade de cada pergunta pode não ser evidente quando o aluno faz a prova. No entanto, algumas estratégias podem ajudar a identificar esse ponto. Uma estratégia interessante é avaliar o enunciado, pois questões com enunciados mais longos e detalhados ou que envolvem múltiplas informações, gráficos ou tabelas, tendem a ser mais difíceis. Já as mais simples, com enunciados diretos, geralmente são de menor dificuldade.